O Pai Goriot
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Um pai que é explorado pelas filhas, um jovem ambicioso e a sociedade parisiense do século XIX são o centro deste romance, que é considerado um dos mais importantes da Comédia humana de Balzac. À moda de Rei Lear , quando Shakespeare retratou duas filhas que abandonaram o pai depois de dividida a herança, Balzac criou a figura deste comerciante decadente, que ama as filhas de modo incondicional e assiste apático a sua fortuna sendo consumida pelos caprichos de sua prole. Figura igualmente central do romance é o estudante de direito Eugène de Rastignac, que deseja de todo modo inserir-se na alta sociedade parisiense e para isso abandona, aos poucos, os padrões morais para atingir seu objetivo. Ao retratar a trajetória desse jovem provinciano em busca de notoriedade, Balzac apresenta ao leitor as várias facetas de uma sociedade cruel, de moral elástica e dividida entre as regras de um passado regido pela nobreza e a nova ordem social em que o dinheiro é o protagonista.
O pai Goriot (1834) é possivelmente uma das obras mais poderosas da literatura francesa, considerada uma obra-prima por muitos críticos. O mundo novelístico e psicológico de Honoré de Balzac é um retrato da nova burguesia emergente e da aristocracia em decadência. Em O pai Goriot pode-se dizer que há a “tragédia das pessoas comuns”, pois o texto retrata a poética do cotidiano, explorando o amálgama de personagens e episódios típicos do realismo literário.