Naquele dia naquele cazenga
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Com Kota Medito – o narrador do bom senso cívico – embrenhamo-nos numa saga de origens remotas ultrapassando a própria condição humana do populoso bairro do Cazenga. Aparece com toda a vivacidade uma sociedade angolana na sua múltipla diversidade e riqueza.
Uma simples frase, pronunciada ocasionalmente por um ébrio, desperta uma consciência adormecida e amplia-se numa onda crescente de revolta, protagonizada pelos habitantes de um bairro, contra a ignomínia a que a sua condição de vida estava sujeita. Entre diálogos acalorados, reflexões plenas de riqueza, fundadas numa cultura telúrica, despontam as tácticas de controlo por parte da autoridade, emergem os métodos que levam à força, aparecem negociações. Mas também surgem rancores, intrigas, «mambos», ideais, fantasias e amores. Ergue-se, afinal, a vida tal qual existe na cena de uma nova Angola.
Naquele dia, naquele Cazenga faz surgir o dramático e o burlesco em apertada companhia. Desperta-nos o prazer de conviver com figuras cativantes que, a seu modo, nos levam a uma viagem pelo prodigioso mundo da angolanidade.
Um livro inseparável da realidade, baseado numa narração cativante, ritmada, com belo sentido de escrita, dando luz a uma literatura reflectida e comprometida com a procura da convivencialidade saudável entre a gente que faz uma nação. Um olhar fascinante sobre a cidadania como um exercício natural de pessoas comuns. Fica-nos o saboroso gosto pela liberdade do ser e da sua existência.