As duas faces de Jano. Estudos de cultura e literatura portuguesa

Editeur : INCM – Imprensa Nacional
Nombre de pages : 205
Date de parution : 2004
Langue : portugaise
ISBN : 9722713396
Prix :

19,50

Description :

Reúnem-se, no presente volume, estudos diversos de cultura e literatura portuguesas, que abrangem temas que vão do século xviii ao século xx – embora com uma maior incidência no século xix –, estudos estes escritos nos últimos quatro anos de trabalho científico. O título – As Duas Faces de Jano – começa por ser uma alusão clara a essas duas direcções possíveis do olhar, que tanto abarca aspectos que interessam, preferencialmente, à área da cultura, como se detém em textos literários, perspectivados, também eles, não raras vezes, na sua duplicidade estética e reflexiva. Mas a formulação do título prende-se, sobretudo, com os artigos coligidos na primeira parte deste volume, que abordam, embora de forma pontual, cinco grandes momentos polémicos da cultura portuguesa: no século xviii, o desencadeado pelo Verdadeiro Método de Estudar de Luís António Verney; no século xix, o gerado à volta do milagre de Ourique e o despoletado pelo Ultimatum inglês de 1890, que a revista Anátema corporiza; no século xx, por fim, os surgidos a propósito da Saudade, por um lado, e do sebastianismo, por outro, que opuseram António Sérgio a, respectivamente, Teixeira de Pascoaes e Carlos Malheiro Dias. É nestes momentos polémicos, entrevistos aqui nos antagonismos que se estabelecem entre os seus principais protagonistas, que o título As Duas Faces de Jano ganha cabal sentido, já que neles se assiste a duas formas divergentes de olhar a realidade portuguesa, cada uma delas, em meu entender, de idêntico valor culturológico.

Envolvendo os momentos polémicos aspectos vários da mentalidade de grandes vultos da cultura e da literatura portuguesas, não é difícil estabelecer ligações entre os seus principais fios condutores e alguns dos estudos que, com diferentes preocupações e perspectivas, se agrupam na segunda parte deste volume. São, no seu conjunto, textos dispersos, mas unidos no mesmo propósito de compreender Portugal, ele próprio, tal como Jano, de rosto bifronte, sempre balanceado entre a sua realidade concreta e o sonho anunciador de um futuro amanhecente.»