Arquitetura timorense

Auteur :
Editeur : IPM / Museu de Etnologia
Nombre de pages : 336
Date de parution : 2016
Langue : portugaise
ISBN : 9789898052940
Prix :

42,00

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Description :

Falecido há trinta anos, Ruy Cinatti Vaz Monteiro Gomes está sepultado no cemitério dos Ingleses, à Estrela, em Lisboa, mas em poemas e outras proclamações públicas pediu que os seus restos mortais fossem levados para Timor, ilha à qual dedicou o melhor do seu trabalho científico e da sua exclusiva inspiração poética: Um Cancioneiro para Timor (1968) constitui obra ímpar na literatura colonial e Paisagens Timorenses com Vultos (escrito de 1969 a 1973, saído em Setembro de 1974) pode ser considerado o testamento do escritor, a sua “dádiva retribuída”, após várias passagens por aquela “terra portuguesa” do Índico oriental cuja invasão e holocausto pela vizinha Indonésia ele antecipou diante das orelhas moucas dos assim chamados “responsáveis políticos”.

Se a sua obra poética sobre Timor foi publicada em vida, os seus trabalhos de antropologia cultural dedicados àquela colónia hoje estado soberano mas ainda não verdadeiramente independente — afora alguns avulsos, para revistas científicas ou de divulgação — só foram conhecidos um ano após a sua morte, quando em Outubro de 1987 os seus inesquecíveis colegas do Museu Nacional de Etnologia, onde ficou parte considerável dos seus papéis, lhe prestaram homenagem através de uma exposição e da edição simultânea de dois álbuns, Arquitetura Timorense, agora relançado e melhorado (pronto em 1961), e Motivos Artísticos Timorense e a sua Integração (concluído em 1973). O Cancioneiro, que recebera um prémio literário e logo depois um prefácio de Jorge Dias tão laudatório que parecia garantir-lhe editor imediato, esperou ainda mais para ser publicado (Editorial Presença, 1989), o que só aconteceu, na verdade, devido ao contexto todo singular duma súbita onda de solidariedade portuguesa com a resistência do povo timorense à brutalidade indonésia.