Biographie

Haroldo Eurico Browne de Campos. Animateur des revues Noigandres (1952) et Invenção (1962-67), il fut l’un des initiateurs du concrétisme en compagnie de son frère Haroldo et de Décio Pignatari. Avec eux, il publie en 1958 le manifeste « Plano-piloto para a poesia concreta », suivi de Teoria da poesia concreta, 1965 (2°éd. augmentée, 1975 ; 3°éd., 1987). Outre des recueils de poèmes (Auto do posseso, 1949 ; Servidão de passagem, 1962 ; Galaxies, 1984) et des essais critiques (Sousândrade, 1964, 1966 ; Metalinguagem, 1967), on lui doit aussi de nombreuses traductions (seul ou en collaboration avec son frère) de Mallarmé, Pound, Joyce, Maiakovski, etc. On ne peut pas évoquer le nom de Haroldo de Campos sans faire mention du mouvement de la « Poésie Concrète », né à São Paulo en 1952. Très rapidement connu sur le plan international, le groupe, constitué tout d’abord de trois poètes, Haroldo de Campos, Augusto de Campos et Décio Pignatari et portant le nom de Noigandres,  » la fleur qui éloigne de l’ennui ”, a fait son apparition sur la scène brésilienne en 1956, lors de l’Exposition Nationale d’Art Concret au Musée d’Art Moderne de la ville. Ce mouvement, qui est apparu comme un antidote à la poésie lyrico-confidentielle en vigueur (exception faite de l’ingénieur João Cabral de Melo Neto) a manifesté d’emblée, à travers la revue Invenção (1960), sa filiation au plus radical des Modernes de la Semaine de 22, le poète Oswald de Andrade. » (Inês Oseki-Dépré)

Haroldo Eurico Browne de Campos (São Paulo SP 1929 – São Paulo SP 2003). Poeta, tradutor, ensaísta, irmão mais velho do também poeta, tradutor  e ensaísta Augusto de Campos (1931). Lança seu primeiro livro de poesias, O Auto do Possesso, em 1950, pelo Clube de Poesia de São Paulo, ligado à chamada Geração de 45, com a qual rompe no ano seguinte. Com o irmão Augusto e o poeta e ensaísta Décio Pignatari (1927), forma o grupo Noigandres e edita a revista-livro homônima, em 1952. Em 1956, participa da organização da Exposição Nacional de Arte Concreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP que, um ano depois, é montada no saguão do Ministério da Educação e Cultura – MEC, no Rio de Janeiro. Em 1958, publica, em Noigandres 4, o Plano-Piloto para Poesia Concreta, novamente com seu irmão Augusto e Pignatari. Juntos, em 1965, lançam também o livro Teoria da Poesia Concreta. Defende a tese de doutorado Morfologia do Macunaíma, em 1972, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP. No ano seguinte, assume a cadeira de semiótica da literatura no programa de pós-graduação em comunicação e semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, onde permanece até 1989. Publica Galáxias, um de seus textos mais conhecidos, em 1984. Como tradutor de poesia, dedica-se a diversas obras, com especial destaque para os autores de vanguarda, como o poeta norte-americano Ezra Pound (1885 – 1972) e o romancista irlandês James Joyce (1882 – 1941). Sua obra valoriza a utilização de recursos tecnológicos  e a interação da poesia com a música.