O esperado regresso de Nélida Piñon ao romance numa obra parcialmente escrita em Portugal, vencedora do Prémio Pen Clube Brasil de Literatura 2020
A história de Mateus, um camponês do Portugal profundo do século XIX que cresce sob a dedicada tutela do avô, mas sufocado pelo obscuro segredo que envolve os seus progenitores. Quando o avô morre, Mateus resolve abandonar o arado e marchar para Sagres. Trata-se de uma obsessão antiga: fascinado pelas sagas dos heróis descobridores marítimos, Mateus está decidido a encontrar o túmulo do infante D. Henrique naquela cidade. Mas será que algum dia chegará a Sagres? Narrada com a mestria característica de Nélida Piñon, a odisseia de Mateus é uma análise poderosa do esplendor e decadência de Portugal e uma homenagem belíssima à tradição literária e cultural portuguesa.
«A vencedora do Prémio Príncipe de Astúrias narra neste romance a sua relação com Portugal e a história dos homens portugueses, que, animados pelo espírito desbravador, se lançam às conquistas. […] Em cada passo desse camponês por sua terra, Nélida faz ecoar toda a tradição da literatura portuguesa: a grandeza de Portugal cantada por Camões em Os Lusíadas; a convocação de Fernando Pessoa em Mensagem para que o país readquira tal grandeza; a história dos anónimos, frequentemente esquecidos pelos livros de história, mas que são responsáveis pela manutenção de uma pátria, na esteira de José Saramago, em Memorial do Convento.»
Guilherme Stumpf, revista Amálgama
«Nélida cuida como ninguém da eterna busca de um homem miserável por seu lugar no mundo. Os pensamentos de Mateus e suas interações com o mundo têm uma profundidade singular. Não é nada fácil escrever assim. Nélida Piñon dá aula.»
Rafael Medeiros, Jornal da Orla