Triste fim de Policarpo Quaresma
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Clássico da literatura brasileira, a obra-prima de Lima Barreto denuncia os males da sociedade brasileira da época : a burocracia das repartições públicas, o clientelismo, a bajulação, a injustiça social, o problema da terra... Neste enrede, surge um D. Quixote nacioanl, o major Policarpo Quaresma. Como tantos anti-heróis, Policarpo traz de nascença a marca do destino - seu 'triste fim' já está no nome, a Quaresma, intermezzo do carnaval e da paixão de Cristo. Ao longo de toda narrativa, quem lhe faz contraponto é Ricardo 'Coração dos outros', a seu lado desde a alegria do momento inicial - as aulas de violão em domicílio - até a desdita da morte anunciada.
Não falta quem considere Triste Fim de Policarpo Quaresma' editado pela primeira vez em 1915, como um dos romances mais importantes da literatura brasileira. O romance retrata o início da República, celebrada como um futuro novo e progressista, mas na realidade baseado na organização social montada pelas elites escravistas da Monarquia, estruturas arcaicas e constrangedoras. Ao ficcionalizar as origens da República brasileira, o romance de Lima Barreto estabeleceria alguns padrões definitivos para o debate social por meio da arte. O romance encena o início das articulações políticas e culturais que gerariam os valores e o comportamento médio do Brasil no século XX. A vida pública não passaria de extensão de interesses privados, assim como a política seria mortalmente definida pela vocação ditatorial. Assim o romance apresentar-se-ia como alegoria das origens do Brasil contemporâneo. Policarpo encarna o ideal romântico do nacionalismo tardio, ao passo que Floriano Peixoto representa o poder facilmente mantido pela força, não tanto pela suficiência da força, mas pela inoperância da resistência.