Sequelas, substantivo e nome próprio se confundem e se fundem nesta obra literária escrita com as verdades do que ela viveu a partir da sua decisão irrevogável de tentar a sorte em outro país.
Ela não via outra saída senão ir embora do Brasil. Desiludida com o sistema e vendo sua vida profissional arruinada, ela põe suas pérolas e vai para Portugal tentar um novo recomeço. Se não desse certo, ela ficaria boiando, errante, lançando garrafas ao mar. Protegido num saco plástico, 100 dólares e o pergaminho com seus 10 mandamentos: não se matar, não se prostituir...
E bem, a má notícia é que Portugal não deu certo.
Repleto de humor e de birra, de crise existencial e melancolia madura, Sequelas conduz seus personagens e seus leitores às questões pungentes de imigração, do que a vida tem de pior e, acima de tudo, de melhor. Essa é uma história de superação e redenção, construída por uma personagem dúbia e dupla, feita de arrogância e fragilidade, em busca de si mesma, desafiando a Deus e ao raio que a estava partindo em pedaços.
Mas ela nunca desistiu.
Um dia, o diabo em pessoa arrancou a venda dos seus olhos.
— E agora? — perguntou-lhe ele.
Ali, naquele momento, ela compreendeu.