Portugal e a Revolução de 1848
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A autora faz uma análise da repercussão em Portugal dos movimentos nacionalistas europeus de 1848, particularmente da revolução que, em França, conduziu à instauração da II República.> A obra divide-se em duas grandes partes, com um total de cinco capítulos.> Na Parte I a autora faz uma reflexão sobre a actuação dos agentes propulsionadores do movimento oposicionista ao cabralismo, enquadrada numa complexa situação socioplolítica e económica dos fins da década de 40 (Capítulo I). Expõe as tentativas de insurreição que ocorreram no país em 1848 e dá particular relevo à criação da Carbonária Lusitana em Coimbra, à adesão dos estudantes ao movimento revolucionário e à influência de cidadãos portugueses que, em Paris, assistiram à instauração da República (Capítulo II). Na parte II a autora trata de algumas questões que demonstram, claramente, o impacto ideológico das revoluções de 1848. Através da discussão do projecto eleitoral na Câmara dos Deputados detectam-se as posições dos liberais radicais que defendem a prática dom sufrágio universal e para os quais a soberania popular se torna um dogma político. Mas é sobretudo a imprensa panfletária e periódica e a literatura socializante e política que melhor dão a conhecer a recepção das concepções ideológicas de uma revolução essencialmente social (Capitulo I). Esse impacto ideológico está patente nos conceitos que enformam o discurso dos autores socializantes, dos democratas e dos defensores teóricos da República. A sua formação resulta da síntese de elementos românticos e socialistas cristãos.A doutrina cristã, portadora dos ideais de filantropia e solidariedade, conceitos tão caros aos espíritos democratas, tornando-se o modelo de todo um ideário que fundamenta a ideologia de 1848. Há, porém,uma transposição laica dos conceitos da teologia e escatologia cristãs. Transposição que se opera também no campo da linguagem e figuração simbólicas. A aprendizagem da prática igualitária e fraterna faz-se pela educação e instrução, aspecto que mereceu também o maior interesse aos > e > portugueses (Capítulo II). O nosso operariado assimilou, ainda que de forma ténue, os ideais de emancipação. À linguagem operária de meados do século XIX é inerente o ideário romântico, matrizado dos anseios de reformismo social e material. Resalta nos seus escritos, sobertudo na poesia e nos artigos de jornal, um sentimento religioso, ténue no plano teocêntrico mas que ganha vigor como princípio de acção social (Capítulo III). O estudo apresenta ainda um vasto inventário de fontes manuscritas e impressas que inclui um número considerável de obras estrangeiras.