O governo João Goulart – as lutas sociais no Brasil 1961-1964
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Numa época em que vários setores da esquerda e a máquina de propaganda dos que se assenhorearam do poder em 1° de abril de 1964 acusavam João Goulart de populista, fraco, inclusive por não haver resistido ao golpe militar, Luiz Alberto Moniz Bandeira, durante a ditadura militar, ousou e buscou restabelecer a verdade histórica, analisando seu governo e os fatores de sua derrubada. João Goulart não foi populista, não era demagogo; o PTB, escorado nos sindicatos, desempenhara empiricamente um papel similar ao dos partidos social-democratas na Europa; o golpe militar em 1964, com o apoio dos Estados Unidos, constituiu um episódio da luta de classes; o cabo Anselmo trabalhava para a CIA, em conexão com o Cenimar (Centro de Informações da Marinha); o motim dos marinheiros foi uma provocação, visando a unir as Forças Armadas contra o governo; e Goulart não teve condições de resistir, por não mais contar com o respaldo da maior parte das Forças Armadas e saber que os Estados Unidos se dispunham a intervir militarmente e dividir o Brasil, no caso de uma guerra civil. Se Goulart fosse fraco, cederia à pressão dos generais e dos Estados Unidos, fechando o CGT, reprimindo os sindicatos e demitindo do governo os elementos de esquerda, e o golpe militar não teria ocorrido.