Meu depoimento sobre o esquadrão da morte
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Os "esquadrões" da morte não são um fenômeno isolado. Eles são, sob um modelo ou outro, uma constante em nossa história. No Brasil Colonial, sob a forma de expedições dos capitães-do-mato para captura dos índios que fugiam da escravidão e, mais recentemente, sob a forma das ações de "vigilância e captura", que consistiam em verdadeiras expedições na busca de delinquentes foragidos.
Os esquadrões da morte aqui analisados pretendiam mostrar à população a eficiência policial no combate ao crime, matando marginais suspeitos ou, o que era mais fácil, retirando-os da prisão e eliminando-os nos bairros da periferia.
No livro Meu depoimento sobre o esquadrão da morte, Hélio Bicudo narra apenas um episódio da luta contra a violência institucional. A obra, que já teve nove edições e foi traduzida para o francês, o espanhol, o italiano e o alemão, mostra como a violência policial exacerbada sob o pretexto de restabelecer a lei e a ordem se constitui na antessala dos regimes autoritários.
Esta reedição é uma contribuição para reflexão mais profunda sobre o que seja a violência policial impune e sobre o que possa vir depois dela.