Húmus (éd. Maria João Reynaud)
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Húmus (1917, 3°ed 1926) é a «obra-prima de Raul Brandão» e «veio pôr em causa, de modo irreversível, a estrutura do romance tradicional, antecipando as experiências mais radicais efetuadas no âmbito da narrativa contemporânea».
O livro é um «diário fragmentário e elíptico que ocupa os 20 capítulos titulados». «No retrato social traçado em Húmus, os aspetos grotescos» têm destaque «nos nomes e na descrição caricatural das personagens». Um dos grandes temas deste romance «é a oposição entre a aparência e a essência».
A vila de Húmus é imaginada pelo autor «como um microcosmo dialogizado que se oferece a um questionamento ontológico».
O narrador de Húmus «enfrenta o problema da morte do princípio ao fim do livro». «O papel do sonho como forma alternativa de conhecimento é aqui fundamental.»
É o Gabiru que desempenha o papel de ator principal. Cria-se entre o narrador e o Gabiru «uma relação de simetria reflexiva, uma vez que cada um deles aparece como a imagem invertida do outro, em resultado do desdobramento da sua consciência». [Citações da «Introdução».]
Com coordenação e nota prévia de Carlos Reis e introdução e nota biobibliográfica de Maria João Reynaud.