Descalço nos trópicos sobre pedras portuguesas
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Descalço nos trópicos sobre pedras portuguesas, de Thiago Camelo é composto de 15 poemas, de extensão e métrica variáveis, com especial destaque para os poemas mais longos, em que o autor define sua poiesis: “Agora já é passado”, “Histórias tristes precisam ser contadas” e “Você me conhece, eu nunca durmo”. Como nada que um poeta seguro de seu ofício como Thiago Camelo faz é fortuito, estes poemas estão dispostos no início, meio e fim do livro, como que para definir a respiração da leitura.
Parafraseando um famoso de verso de Alexander Pope, podemos dizer que nos poemas de Thiago “o universo é a minha caça”, onde especulações sobre a Segunda Lei da Termodinâmica e a crescente entropia são sucedidas pela obsessão momentânea pela dinâmica do arremesso de Stephen Curry ou pela invenção da Fanta pelos nazistas. Como o texto de apresentação de Miguel Conde define com precisão, Thiago faz “a aposta alta, corajosa, de que tudo pode caber no poema.”