Dandismo e Intertextualidade n’A Correspondência de Fradique Mendes

Partindo da referência aos traços mais característicos do dandismo oitocentista e à densa inter-relação textual em que se insere A Correspondência de Fradique Mendes (1888-1900), este estudo centra-se na reflexão sobre o estímulo que Eça terá colhido nas cartas de Ximénès Doudan para o delineio da personagem de Fradique e para a criação do jogo estrutural de que ela emerge nessa obra. Para levar a cabo este desígnio, são anotadas similitudes e divergências entre a personagem ficcional e a figura histórica citada na antologia fradiquiana: o epistolário real do discreto Doudan, publicado postumamente sobo título de Mélanges et Lettres (1876). Francisco Sousa Neto é professor do ensino secundário, mestre em Literatura Francesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e autor de vários estudos sobre o Fradique eciano,no que concerne à faceta dândi da personagem e ao diálogo intertextual que A Correspondência de Fradique Mendes estabelece com outras obras oitocentistas e com reinvenções contemporâneas do poeta-dândi, nomeadamente o romance Nação Crioula de José Eduardo Agualusa.