Cacau
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Cacau é narrado em primeira pessoa por um lavrador, filho de industrial decaído, que trabalhara brevemente como operário fabril. O pequeno romance é a saga de uma tomada de consciência social e política.
Jorge Amado praticamente não deixou assentar a poeira da estréia. Em 1932, a segunda edição de O país do Carnaval chega às livrarias. E, logo em seguida, o romancista volta à carga, com a pólvora de Cacau. O livro, espécie de romance-reportagem composto sob o influxo das teses sobre uma “literatura socialista”, espanta. Chega a chocar - pelo tom, pelo tema, pela linguagem. A edição é imediatamente apreendida pela polícia. Mas, no dia seguinte, o livro é liberado, graças ao então ministro do Exterior, Osvaldo Aranha. Escândalo e sucesso se casam — e a edição se esgota em um mês. É o primeiro livro de Jorge Amado a ser traduzido para uma outra língua - no caso, o espanhol. Depois virão as traduções para o alemão, o coreano, o dinamarquês, o francês, o grego, o holandês, o italiano, o polonês, o russo. E assim a história da vida nos cacauais da Bahia vai principiar a correr o mundo. Cacau é a narrativa das aventuras de José Cordeiro - o Sergipano -, trabalhador numa fazenda, onde divide um casebre com alguns companheiros de labuta e sofrimento. É um homem que recusa a oportunidade de se casar com a filha do patrão, para levar adiante, "de coração limpo e feliz", o seu sonho revolucionário. A essa altura, como se vê, Jorge Amado já mergulhara na militância comunista. E Cacau é um livro em chamas. Um livro panfletário, escrito com o fogo da indignação.