Assassinatos na Academia Brasileira de Letras
27,50€
Rupture de stock
Neste livro, Jô apostou novamente na multiplicidade de gêneros que lhe abriu o reconhecimento internacional como escritor em 'O Xangô de Baker Street' . O humor lhe serve de ferramenta para refletir sobre tudo. A vereda policial é a linha mais óbvia, mas não se trata de uma ação ao estilo clássico. Jô reconstrói o Rio em 1924 e se interessa não só pelos seus grandes prédios, como o Petit Trianon, no Castelo, que tinha acabado de ser presenteado aos imortais pelo governo da França, como vai alinhavando a trama com detalhes de uma pesquisa histórica saborosa. Quem é o assassino? Quem inventou jeito tão diabólico de maldade? A trama é simples. Imortais da Academia Brasileira de Letras vão morrendo em cartões-postais do Rio. Sem sangue. Estrebucham aparentemente do nada. No bondinho do Corcovado, no altar da igreja da Candelária. A brincadeira proposta por Jô é fazer com que o leitor, no meio de várias pistas, descubra qual é a verdade e identifique o criminoso. Em alguns momentos, é um livro dentro do livro, pois há um imortal que também escreveu Assassinatos na Academia Brasileira de Letras. Tudo é possível. Afinal, do jeito que Jô perfila seus personagens, todo imortal tem algum motivo para querer que a vida de seu colega não seja tão duradoura assim.
TV 7 Dias :
Só mesmo Jô Soares para apresentar o seu novo romance – Assassinatos na Academia Brasileira de Letras – na própria instituição onde decorreram os "crimes".
Em Abril de 1924, a elite intelectual brasileira entra em choque. Os imortais – assim são chamados aos 40 ilustres membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) – estão a ser assassinados. Cabe ao comissário Machado Machado, um sedutor desajeitado e culto detective, descobrir o serial killer, antes que o Brasil fique sem "a crème de la crème" dos escritores.
Num romance recheado de humor, o famoso comediante seduz o leitor, da primeira à última página, com este policial passado na chique sociedade carioca dos anos 20. Uma obra com ingredientes bem seleccionados: cheiro a Brasil e factos históricos, como a inauguração do Cristo Redentor; misturados com um enredo cativante, "curso" sobre venenos e envenenados famosos e personagens deliciosas – como os imortais, o detective Machado Machado (a quem todas as mulheres ofereciam o seu corpo, sem pedir nada em troca), ou o alfaiate de descendência portuguesa, autor dos fraques de cerimónia dos imortais, que, por ser de baixa estatura, servia de amuleto da sorte. Cada vez que o viam, tinham de passar a mão pela sua careca.
Jô Soares sabe, de facto, escrever uma boa história. Tudo começa com a tomada de posse do senador Belizário Bezerra, na ambicionada Academia. O político tinha sido aceite como imortal graças ao livro Assassinatos na Academia Brasileira de Letras. A obra versava sobre um poeta que, cansado de ver negada a sua entrada na instituição, decidia liquidar os 40 imortais, envenenando-os com um chá das cinco, no Palácio Petit Trianon, a sede da ABL. Pois a história repete-se. No dia da tomada de posse, nesse mesmo local, Belizário Bezerra cai no chão, envenenado. Outros imortais têm o mesmo fim.
Curiosamente, Jô Soares apresentou o seu livro na filial da ABL, em São Paulo. E, antes do lançamento, ofereceu um exemplar da obra a cada um dos actuais imortais, que continuam a ser 40, entre eles Paulo Coelho. Logo pensaram que o humorista também queria entrar para a ilustre Academia. Jô fez questão de negar tal pretensão. Depois de O Xangô de Baker Street, de 1995 e O Homem Que Matou Getúlio Vargas, de 1998, o "gordo" volta com este policial delicioso. A não perder.