Antologia poética (Pablo Neruda)
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Esta Antologia poética reúne poemas escritos por Pablo Neruda desde seu primeiro livro, Crepusculario (1923), até Las manos del día (1968), apresentando várias facetas do poeta, de temáticas amorosas a melancólias ou políticas. Também fica evidente sua relação com a natureza e o amor pela vida.
Traduzidos por Eliane Zagury, o livro tem prefácio de Jorge Edwards, escritor, diplomata e amigo pessoal de Pablo Neruda, e breve cronologia da vida e da obra de Neruda, por Margarita Aguirre, escritora, crítica literária chilena e primeira biógrafa do poeta.
Conforme o escritor José Castello escreve no texto de orelha:
“A grande característica da poesia de Neruda é a intensidade, que pode estar tanto nos eventos da história do continente como no Canto geral, quanto nas frestas das pequenas coisas inofensivas, como nas odes à cebola, à areia, à mariposa. Poeta de caráter forte, não deixa escolha a seu leitor: ou se agarra apaixonadamente a seus livros, ou não terá acesso verdadeiro a eles.
A poesia, como Neruda definiu em sua ‘Arte poética’, é ‘um movimento sem trégua, e um nome confuso’. Terreno de entrechoques, de luta ininterrupta, de perturbação, a que todos os elementos do cosmo comparecem. Nada lhe escapa. Via a literatura como o terreno da intranquilidade (‘Mãe intranquilidade, bebi em teus seios / eletrizado leito’). E o poeta, com um homem carente e sentimental, a cavar as coisas do mundo, em busca de um fundo inexistente.
Poeta do movimento, da inconstância, do susto, Neruda não precisou de heterônimos, de máscaras, para multiplicar-se em vários escritores, todos com um nome só. Apontou, assim, para a riqueza inesgotável do humano, cuja imagem, volúvel, inquieta e sempre em fragmentos, só cabe mesmo num espelho de palavras.”