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Présentation de livre / Açores
18/05/2020 - 24/05/2020
Blanca Martín Calero estabeleceu-se em São Miguel em 2013. Na edição de 2016 do PONTES, homenagem em Ponta Delgada ao malogrado produtor, João da Ponte, Blanca publicou um poema nos « Cadernos de Poesia » intitulado “Cinquenta e Nove”, e foi através deste que Eduardo Brito, fotógrafo e cineasta, com quem partilha a edição deste livro, se conheceram tal como tiveram a ideia duma aventura editorial conjunta e consequente lançamento do livro bilingue (português / espanhol) Neste Mar Imóvel / En este mar inmóvil, com a chancela da Araucária Edições.
“Levaste a araucária do fundo da rua”, começava assim o verso do poema dedicado ao amigo comum e revelar-se-ia claro o ensejo de Blanca expandir a sua sensibilidade a partir das letras. A partir desta sua chegada à ilha foram muitas as voltas tal como podemos ver nos títulos a presença ou mesmo a ausência da ilha: “Vida Limitada”, “Ilha e o Desconhecido” ou “O Regresso ». Da simbiose entre escrita e imagem, constata-se que as fotografias nascem deste percurso inicial, uma partilha da sua « mirada curiosa », bem como a reflexão que brota dos interstícios da vivência no espaço insular. E enquanto se contempla a ilha constata-se que esta é um lugar em que se entra e sai, ao mesmo tempo que reparava na força das palavras:“O sotaque era grosseiro e rude como deve ser a verdade”. Ainda que Blanca saiba que se pode estar perto ou mesmo de lhe pertencer, isto é, fazer parte da sua geografia interior, ninguém poderá compreender muitas perguntas que podem continuar por responder, algumas deveras pertinentes:“Pergunto-me se nos podemos tornar ilhéus ou se devemos nascer numa ilha para o sermos.”, presente em “Ser Ilhéu”. O mesmo será dizer… olhemos este mar imóvel para ver os navios passar.
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