A noite sem tempo
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O poeta de frente para o declínio. Roberto Nicolato, professor, jornalista e romancista, também estende suas palavras até a refinaria do poema. Apaga as referências de espaço presentes em suas narrativas e aposta na temporalidade aberta do verso. Alcança fronteiras do que parece produzido no silêncio, quando se preenche a solidão desses dias que todos nós temos vivido. Ao longo dessa obra, “Noite sem Tempo”, em tom de cântico, Nicolato se lança numa proposta universal, quase litúrgica, que nos recorda que todo anúncio um dia será declínio. Seu livro é um canto à matéria que se decompõe. Um canto ao que é movimento e deixa de ser. O autor também reencontra memórias de Minas, o que evoca a infância e tem sabor à Drummond. Num mundo de desencanto e crise, a poesia de Nicolato se compromete a não se reter em ilusões e em saídas fáceis. O poeta encara o declínio do que se pensava fixo. Isso porque: “Essa é a terra de chão desconstruído”.