Simplesmente Porto
57,60€
1 en stock
Escreveu Torga: «A vida é feita de nadas». E Jean Marc Guillaume (emLa Politique du Patrimoine) dizia que «o que torna o quotidiano ainda habitável e poético são as artes inumeráveis e secretas da memória e do esquecimento». De tudo isto se trata neste livro. Os nadas servem para esquecer porque não reparamos neles e vemos a realidade com olhos aparentemente conformados a certa forma de compromisso com a indiferença. Mas servem, igualmente, para ser usados e tornados reais, embora não importem muito (achamos nós, desprevenidos) na configuração do espaço urbano e da nossa própria urbanidade. É como se não existissem. Todavia - como Jean Marc é verdadeiro! -, pensando bem, quanta poesia discreta e, por vezes, um tanto inverosímil transmitem ao quotidiano que habitamos! Porque estes nadas fazem parte da cidade que parece invisível, quase não se pressente, mas torna-se inconfundível pelas coisas e os gestos a que chamamos as trivialidades do vulgar.