A visita de João Gilberto aos novos baianos
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Neste originalíssimo livro de contos, o premiado autor do romance O drible e de Viva a língua brasileira! brinca com coisa séria. Depois de presenciar um encontro mitológico no céu da MPB, o leitor vai para a cama com Machado de Assis e acompanha um desfile de histórias cheias de graça, prosa afiada, erudição literária e cultura pop. Nos contos de A visita de João Gilberto aos Novos Baianos, o prazer de contar histórias sobre histórias é o antídoto à alardeada perda de potência da literatura em nosso tempo.
Assim, a história do mundo pode caber em treze tweets, tornamo-nos cúmplices de uma farsa erótica ambientada na Vila Rica dos inconfidentes e espiamos pela fechadura a intimidade de um famoso personagem machadiano. No conto que abre e nomeia o livro, fantasia pop inspirada no encontro real entre o gênio da bossa nova e os jovens hippies liderados por Moraes Moreira, vislumbra-se uma síntese da contribuição original que a arte brasileira pode dar ao mundo: metade precisão rigorosa, metade delírio e festa. Os mesmos ingredientes podem ser encontrados na prosa entre o culto e o popular que anima um livro dividido em três partes, como um LP impossível. No Lado A ficam as narrativas mais clássicas. O Lado B é dedicado aos fragmentos de um experimentalismo que examina com humor ferino, mas sem perder a ternura, os cacos restantes das velhas catedrais literárias e suas vaidades autorais na era da internet. Fecha o volume a deliciosa novela “Jules Rimet, meu amor”, publicada em 2014 como e-book. “O livro que você tem nas mãos não é conto, não é romance, não é tese e nem folhetim, é tudo isso misturado. Um ato de desobediência e teimosia de um baita escritor.
A literatura está morta, viva a literatura!” — Fernanda Torres “O húngaro que jogou com Puskas e as desventuras da taça Jules Rimet, uma festa baiana, a outra inconfidência mineira, os caprichos da escrita – em histórias saborosas e irresistíveis, Sérgio Rodrigues faz o que quer com as palavras, sempre com graça e densidade, leveza e humor.” — Cristovão Tezza