O mar nunca transborda
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Liana é uma talentosa jornalista que trabalha na sucursal de uma revista brasileira em Londres. Além dos percalços da profissão, tem de lidar com as mesquinharias do mundo corporativo, repleto de trapaças e disputas. Porém, a vida na capital inglesa e o namoro com o fotógrafo Tito são o respiro para que a personagem possa narrar a história de suas raízes. A protagonista recupera lembranças de família dos séculos que atravessam um refúgio no litoral capixaba, desde o encontro entre os índios e os primeiros portugueses, até a especulação imobiliária do século XX. Ao mesmo tempo, o romance conta a história da própria protagonista, mulher independente, dividida entre os novos rumos que o presente lhe oferece e a fidelidade ao passado, que fez dela o que ela é. Em Londres, Liana conta a história de Manguezal dos Reis Magos, paradisíaco trecho da costa capixaba onde havia passado a infância, e terra onde sua família havia estabelecido raízes desde os bisavôs. Sua escrita, construída a partir de lembranças e narrativas que passaram de geração a geração, atravessa cinco séculos de história do Brasil, resumindo naquele cenário a complexa trajetória do país ao longo de quinhentos anos. Quando seus irmãos decidem vender a propriedade do bisavô, Liana se vê diante de uma questão decisiva; transformar em dinheiro o cenário de sua infância, radicando-se em Londres, ou permanecer fiel àquele passado, aberta a uma nova história de amor, como tantas outras que se fizeram à beira daquele mar? As duas narrativas avançam em paralelo, até que o passado toque o presente. Índios, brancos e negros, invasores, jesuítas e colonos, escravos fugidos, imigrantes europeus e até uma criança que surge na praia, sem nenhuma explicação, mesclam-se e povoam o paradisíaco Manguezal. E é essa cidade que exigirá que Liana decida se está pronta para fixar-se em Londres e no amor, ou se é preciso manter as possibilidades em aberto.